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Lula e Xi Junping | Foto / Ricardo Stuckert / PR |
O encontro selou uma série de acordos bilaterais que somam R$ 27 bilhões em investimentos para o Brasil, abrangendo setores como tecnologia, infraestrutura, agricultura e transição energética. Segundo Lula, a cooperação sino-brasileira é essencial diante de um cenário internacional marcado por instabilidade, fragmentação e conflitos crescentes.
“Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo”, afirmou o presidente brasileiro.
Lula voltou a criticar a guerra comercial entre Washington e Pequim, iniciada durante o governo de Donald Trump, e ressaltou que "guerras comerciais não têm vencedores". Em sua fala, defendeu um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), e anunciou que o Brasil buscará reduzir as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras de aço e alumínio.
O presidente chinês, Xi Jinping, reforçou a importância estratégica da relação com o Brasil e criticou o protecionismo global, reafirmando o compromisso da China com o multilateralismo e o livre comércio. Xi também mencionou a disposição dos dois países em contribuir para uma solução pacífica na guerra entre Rússia e Ucrânia, embora a proposta conjunta ainda não tenha avançado de forma concreta.
Além da pauta comercial, Lula fez duras críticas aos conflitos armados no cenário internacional, citando a guerra em Gaza e a invasão da Ucrânia. Para ele, esses embates representam entraves ao desenvolvimento e à paz mundial.
“A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com o Estado de Israel”, afirmou. “Somente uma ONU reformada poderá cumprir os ideais de paz e direitos humanos consagrados em 1945.
O encontro foi o terceiro entre Lula e Xi Jinping desde o início do atual mandato do presidente brasileiro em 2023, evidenciando o fortalecimento da parceria entre os dois países em um contexto de transição geopolítica e crescente contestação à ordem global estabelecida.