Em Pequim, Lula e Xi Jinping defendem multilateralismo e condenam guerras comerciais

5/13/25

/ Por Redação

Lula e Xi Junping |  Foto / Ricardo Stuckert / PR
Em encontro realizado nesta terça-feira (13) em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a aliança estratégica entre Brasil e China e criticou duramente a guerra comercial liderada pelos Estados Unidos, além de defender uma reforma na ordem internacional para enfrentar os desafios globais. Ao lado do presidente chinês Xi Jinping, Lula destacou que "a relação entre Brasil e China nunca foi tão necessária".

O encontro selou uma série de acordos bilaterais que somam R$ 27 bilhões em investimentos para o Brasil, abrangendo setores como tecnologia, infraestrutura, agricultura e transição energética. Segundo Lula, a cooperação sino-brasileira é essencial diante de um cenário internacional marcado por instabilidade, fragmentação e conflitos crescentes.

“Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo”, afirmou o presidente brasileiro.

Lula voltou a criticar a guerra comercial entre Washington e Pequim, iniciada durante o governo de Donald Trump, e ressaltou que "guerras comerciais não têm vencedores". Em sua fala, defendeu um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), e anunciou que o Brasil buscará reduzir as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras de aço e alumínio.

O presidente chinês, Xi Jinping, reforçou a importância estratégica da relação com o Brasil e criticou o protecionismo global, reafirmando o compromisso da China com o multilateralismo e o livre comércio. Xi também mencionou a disposição dos dois países em contribuir para uma solução pacífica na guerra entre Rússia e Ucrânia, embora a proposta conjunta ainda não tenha avançado de forma concreta.

Além da pauta comercial, Lula fez duras críticas aos conflitos armados no cenário internacional, citando a guerra em Gaza e a invasão da Ucrânia. Para ele, esses embates representam entraves ao desenvolvimento e à paz mundial.

“A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com o Estado de Israel”, afirmou. “Somente uma ONU reformada poderá cumprir os ideais de paz e direitos humanos consagrados em 1945.

O encontro foi o terceiro entre Lula e Xi Jinping desde o início do atual mandato do presidente brasileiro em 2023, evidenciando o fortalecimento da parceria entre os dois países em um contexto de transição geopolítica e crescente contestação à ordem global estabelecida.

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