PT de Alagoas enfrenta enfraquecimento interno e perda de influência política

6/28/25

/ Por Redação

 

Deputado Federal Paulão
A fragilidade do Partido dos Trabalhadores em Alagoas tem se revelado em diferentes frentes, evidenciando a dificuldade da sigla em renovar seus quadros com nomes competitivos e independentes, capazes de disputar eleições com reais chances de vitória. A atuação do deputado federal Paulão, figura histórica da legenda no estado, tem sido um dos pontos centrais desse desgaste.

Em um movimento que escancarou a tensão interna, Paulão tentou se firmar como o segundo nome do partido ao Senado, pressionando Renan Calheiros, mas acabou sendo ignorado. Renan, que exerce ampla influência sobre o PT alagoano, não considerou a investida uma ameaça concreta. Na prática, é ele quem dita os rumos do partido no estado.

Nas eleições para a Câmara Municipal de Maceió, a ausência de protagonismo de Paulão também ficou evidente. Os candidatos a vereador com menos ligação direta com o deputado foram justamente os que obtiveram maior votação dentro da sigla — um alerta preocupante, já que a capital alagoana sempre foi considerada seu principal reduto eleitoral.

No âmbito do governo estadual, as secretarias indicadas por Paulão enfrentam limitações severas: não dispõem sequer de orçamento para executar projetos básicos. Em paralelo, quando o governador Paulo Dantas deseja intermediar qualquer assunto diretamente com o presidente Lula, seu interlocutor preferencial é Renan Calheiros — não Paulão.

Outro episódio que ilustra a perda de espaço do PT alagoano é a nomeação da chefia do Incra em Alagoas. Apesar de o órgão historicamente estar ligado à pauta da reforma agrária, uma bandeira tradicional da esquerda, o partido não conseguiu emplacar um nome sequer. Hoje, esse setor está sob influência de Arthur Lira, que vem sendo tratado por Lula como aliado político.

Enquanto isso, Lira mantém o controle de estatais de grande porte, como a Chesf, a CBTU e a Codevasf — todas com orçamento bilionário. Já os Calheiros estão à frente do Ministério dos Transportes, também com recursos vultosos. O cenário aponta com clareza: Lula escolheu Renan e Lira como seus principais candidatos ao Senado por Alagoas.

Paulão, diante desse novo arranjo político, pode acabar ficando com um prêmio de consolação. Caso não consiga se reeleger, poderá ser agraciado com uma secretaria estadual de baixo impacto — com carro oficial, passagens, celular funcional e algum status. Mas pouca influência real.

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