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Dívida Pública Federal atinge R$ 7,67 trilhões em maio, aponta Tesouro

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6/28/25

Fernando Haddad e Lula 
Com um novo avanço em maio, a Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil, indicador crucial para a economia que influencia diretamente as taxas de juros, a inflação e a confiança dos investidores, atingiu a marca de R$ 7,67 trilhões. Os dados foram apresentados pelo Tesouro Nacional na última sexta-feira (28).

O montante representa um crescimento de 0,71% em comparação ao estoque de R$ 7,62 trilhões registrado em abril. O principal componente da dívida, a parte interna (DPMFi), expandiu-se em 0,70%, passando de R$ 7,310 trilhões para R$ 7,361 trilhões. Segundo o Tesouro, esse aumento foi impulsionado principalmente pela apropriação de juros, que somou R$ 75,86 bilhões, um efeito parcialmente compensado por um resgate líquido de R$ 25,03 bilhões no período.

A dívida externa (DPFe) também apresentou alta, com uma variação positiva de 0,99% em relação a abril. O estoque fechou o mês de maio em R$ 309,17 bilhões, o que equivale a US$ 54,16 bilhões. Deste total, a maior parte, R$ 255,75 bilhões (US$ 44,80 bilhões), refere-se à dívida mobiliária (em títulos), enquanto R$ 53,42 bilhões (US$ 9,36 bilhões) correspondem à dívida contratual.

A trajetória da dívida pública é um fator essencial para a credibilidade do Brasil no cenário internacional, pesando nas avaliações das agências de classificação de risco. O controle do endividamento, por meio do cumprimento de regras fiscais, é considerado fundamental para que o país recupere seu grau de investimento e demonstre solidez econômica para atrair capital estrangeiro, impactando, por consequência, o crescimento, o emprego e a renda da população.

Ministro do STF ordena início imediato da prisão da deputada Carla Zambelli por invasão ao CNJ

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6/08/25

 

Carla Zambelli | Foto: Reprodução

Neste sábado (7), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) inicie o cumprimento definitivo da pena de 10 anos de prisão, condenada pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A prisão preventiva da parlamentar foi convertida em definitiva.

Além disso, Moraes notificou a perda do mandato de Zambelli e solicitou que o STF envie a documentação do julgamento à Câmara dos Deputados para que a Mesa Diretora declare a extinção do seu mandato.

O ministro também ordenou que a Secretaria Judiciária do STF encaminhe ao Ministério da Justiça e Segurança Pública os documentos necessários para solicitar a extradição da deputada, que atualmente está no exterior.

Na última sexta-feira (6), a Primeira Turma do STF confirmou, por unanimidade, a condenação da deputada e do hacker Walter Delgatti Netto. Com a decisão de Moraes, a condenação de Zambelli transita em julgado, tornando imediato o início do cumprimento da pena, sem aguardar a publicação do acórdão.

Condenação

Há quase um mês, a Primeira Turma do STF condenou Carla Zambelli a 10 anos de prisão pela invasão do sistema eletrônico do CNJ, ocorrida em 2023. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou a deputada de ser a autora intelectual do ataque, tendo recrutado Delgatti para praticar o crime. O objetivo, segundo a denúncia, era inserir um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes, entre outras manipulações.

A PGR relacionou os crimes a atos antidemocráticos, apontando que foram cometidos para obter “vantagem midiática e política” e para prejudicar a credibilidade do Poder Judiciário. Todos os ministros da Primeira Turma seguiram o voto do relator, Alexandre de Moraes, que responsabilizou Zambelli e Delgatti pelos crimes de invasão de dispositivos informáticos e falsidade ideológica.

Outro processo e porte ilegal de arma

Carla Zambelli também responde a outro processo no STF por um episódio em agosto de 2023, quando sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo durante um ato político em São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

Até o momento, o STF registrou seis votos a zero para condenar a deputada a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, mas o julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Fuga e situação atual

Duas semanas após a condenação de 10 anos, Zambelli deixou o Brasil e fixou residência na Europa, sem revelar o país exato. Em entrevista, afirmou ter cidadania italiana, o que dificultaria sua extradição.

A deputada foi incluída na lista de procurados da Interpol, agência internacional que coopera com polícias de vários países, e pode ser presa caso seja localizada fora do Brasil.

Governo articula acordos para conter rombo bilionário com indenizações por fraudes no INSS

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5/26/25

Governo articula acordos para conter rombo bilionário por fraudes no INSS | Foto: Reprodução
Diante do risco de um impacto fiscal bilionário e da sobrecarga do sistema judiciário, o governo federal está elaborando um plano para conter a onda de ações judiciais por danos morais movidas por segurados do INSS que sofreram descontos indevidos em seus benefícios. A proposta, em estudo pela Advocacia-Geral da União (AGU), Defensoria Pública da União (DPU) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), prevê a oferta de acordos administrativos aos aposentados e pensionistas lesados.

A preocupação ganhou força após decisões recentes da Justiça condenarem o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao pagamento de indenizações. Em um caso emblemático, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região determinou que uma aposentada recebesse R$ 8 mil por danos morais causados por descontos não autorizados. O episódio acendeu o alerta no governo sobre o risco de um “efeito cascata” de ações semelhantes em todo o país.

Estima-se que mais de 2 milhões de aposentados tenham sido vítimas de cobranças irregulares vinculadas a associações ou entidades financeiras, muitas vezes sem autorização prévia. Se cada um dos prejudicados obtiver uma indenização média de R$ 10 mil, o custo para os cofres públicos pode ultrapassar R$ 20 bilhões. Além disso, há o risco de decisões judiciais que obriguem o INSS a devolver em dobro os valores descontados, acrescidos de correção monetária e juros, elevando ainda mais o passivo da União.

Apesar de o governo alegar que o próprio INSS foi vítima de fraudes cometidas por associações e instituições financeiras, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determina que o instituto é o responsável por garantir a legalidade dos descontos realizados nos benefícios previdenciários. Isso significa que cabe ao INSS verificar previamente a autorização do segurado para qualquer desconto, mesmo quando envolvem terceiros.

A alternativa de acordos administrativos com os segurados lesados visa não apenas mitigar os danos financeiros ao erário, mas também evitar a sobrecarga do Poder Judiciário com milhões de ações. A estratégia, ainda em construção, busca oferecer compensações aos beneficiários sem recorrer a longos processos judiciais e sem gerar precatórios vultosos.

A medida é considerada urgente diante do potencial desequilíbrio fiscal e do desgaste institucional causado pelo escândalo dos descontos indevidos. Uma solução consensual pode se tornar o caminho mais viável para reparar os danos às vítimas e preservar a estabilidade do sistema previdenciário.

Ampliação da tarifa social isenta 60 milhões e pode elevar conta da classe média

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5/23/25

Governo Lula amplia tarifa social | Ricardo Stuckert / PR 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta quarta-feira (21) uma Medida Provisória (MP) que promove uma ampla reestruturação no setor elétrico brasileiro, com foco em justiça tarifária, modernização e ampliação da concorrência. A principal novidade é a isenção total da conta de luz para cerca de 60 milhões de pessoas, beneficiando famílias de baixa renda e grupos vulneráveis.

Segundo a MP, terão isenção permanente as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa e consumo de até 80 kWh/mês. Também ficam dispensados do pagamento da fatura os beneficiários do BPC (pessoas com deficiência e idosos), famílias indígenas e quilombolas cadastradas no CadÚnico, além de moradores de áreas atendidas por sistemas isolados de geração off-grid. O custo anual da ampliação da tarifa social está estimado em R$ 3,6 bilhões.

Para compensar o impacto fiscal, os encargos decorrentes da ampliação da isenção serão distribuídos entre todos os consumidores do mercado regulado — residências e pequenos comércios —, o que poderá provocar reajustes nas contas da classe média. A MP também abre caminho para a liberalização do mercado de energia de baixa tensão: a partir de dezembro de 2027, qualquer consumidor poderá comprar eletricidade diretamente de fornecedores, sem intermediação das concessionárias. A proposta segue agora para análise do Congresso Nacional, onde deverá ser debatida, segundo o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Renan Filho se antecipa à equipe econômica e anuncia aumento do IOF para empresas

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Renan Filho - Ministro dos Transportes | Foto: Reprodução
O ministro dos Transportes, Renan Filho, antecipou nesta quinta-feira (22) uma importante medida da equipe econômica do governo Lula (PT): o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empresas. A iniciativa, que não afeta pessoas físicas, tem como objetivo reforçar a arrecadação federal em mais de R$ 20 bilhões ainda neste ano.

O anúncio foi feito durante um evento de leilão na B3, a bolsa de valores de São Paulo. Segundo o ministro, a medida está alinhada com os esforços do governo para manter o equilíbrio fiscal e garantir o cumprimento das metas estabelecidas no novo arcabouço fiscal.

A arrecadação extra virá em paralelo a cortes no orçamento: o governo vai contingenciar R$ 20 bilhões em despesas públicas e bloquear mais R$ 10 bilhões, totalizando um ajuste de R$ 30 bilhões nas contas públicas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou posteriormente a informação, ressaltando que o aumento do IOF é parte de um conjunto de ações planejadas para equilibrar a receita e a despesa, diante de um cenário fiscal desafiador.

A medida, embora restrita ao setor empresarial, já gera repercussões no mercado, com especialistas avaliando seus impactos sobre investimentos e operações de crédito. A equipe econômica reforça, no entanto, que a decisão foi tomada com foco em responsabilidade fiscal e sustentabilidade das contas públicas.

Escândalo no INSS: R$ 6 bilhões desviados dos contracheques de idosos revelam esquema de corrupção gigantesco

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5/09/25

Escândalo no INSS | Foto: Reprodução
Uma investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) expôs um esquema de desvio de cerca de R$ 6 bilhões dos contracheques de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A fraude, que pode ser considerada o maior escândalo de corrupção desde a Operação Lava Jato, envolve um sindicato ligado ao irmão do presidente Lula e diversas associações.  

Segundo as investigações, o esquema consistia em descontos indevidos realizados diretamente nas folhas de pagamento dos beneficiários do INSS. As quantias subtraídas eram direcionadas para as contas das entidades envolvidas, causando prejuízos significativos a milhares de idosos em todo o país.

Um dos principais alvos da operação é o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), cujo diretor vice-presidente é o irmão do presidente Lula, Frei Chico. Documentos da investigação apontam que a arrecadação do sindicato teve um aumento expressivo nos últimos anos, saltando de R$ 17 milhões em 2019 para R$ 90 milhões em 2023. 

Além do Sindnapi, outras associações também estão sob investigação por suspeitas de envolvimento no esquema, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Conafer e a ABCD/Amar Brasil. A AGU (Advocacia-Geral da União) chegou a solicitar o bloqueio de recursos de algumas dessas entidades, mas o Sindnapi do irmão de Lula foi excluído do pedido.

A Polícia Federal e a CGU continuam aprofundando as investigações para identificar todos os responsáveis por essa fraude bilionária e como o dinheiro desviado era utilizado. A expectativa é que novas informações e prisões possam ocorrer nos próximos dias.

AGU deixa de fora associações ligadas a fraudes no INSS em pedidos de bloqueio; irmão de Lula é vice-presidente de uma delas

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José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, é um dos 17 irmãos do presidente Lula • Ricardo Stuckert
A Advocacia-Geral da União (AGU) optou por não incluir algumas das associações citadas em investigação da Polícia Federal nos pedidos de bloqueio de recursos com o objetivo de ressarcir aposentados vítimas de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre as entidades poupadas está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que arrecadou cerca de R$ 90 milhões em 2023.

O Sindnapi tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A exclusão da entidade dos pedidos de bloqueio gerou questionamentos sobre os critérios utilizados pela AGU na ação judicial, já que o sindicato é um dos citados na investigação conduzida pela Polícia Federal.

Também ficaram de fora do pedido de bloqueio a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que recebeu R$ 426 milhões via desconto em folha no último ano, conforme dados da Controladoria-Geral da União (CGU); além da Conafer e da ABCD/Amar Brasil — todas listadas na investigação da PF.

A AGU foi questionada pela CNN sobre os critérios que levaram à exclusão dessas associações, mas não respondeu até a publicação desta matéria. As quatro entidades negam envolvimento em qualquer irregularidade.

Até o momento, a AGU pediu o bloqueio de bens de doze entidades, sendo sete delas incluídas entre as onze citadas pela Polícia Federal. O órgão também solicitou a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, apreensão de passaportes e a suspensão das atividades das entidades investigadas.

Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, as associações investigadas se dividem em dois grupos: o primeiro composto por entidades supostamente criadas exclusivamente para fraudar o sistema previdenciário; o segundo, por organizações com suspeitas de pagamento de propina a servidores públicos federais.

Escândalo no INSS: Tabet garante ressarcimento total a aposentados lesados

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Simone Tebet | Foto: Reprodução
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou nesta quinta-feira (8), em São Paulo, que o governo federal irá ressarcir todos os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que sofreram descontos não autorizados em seus benefícios. A promessa foi feita após a participação da ministra no leilão de concessão da Rota da Celulose, realizado na B3.

"Já na semana que vem, nós da equipe do [ministério do] Orçamento e equipes da Fazenda, vamos sentar para cumprir a determinação do presidente Lula. Ninguém vai ficar prejudicado nessa conta. Todos serão ressarcidos", afirmou Tebet.

A ministra explicou que o ressarcimento será realizado através do bloqueio de bens dos responsáveis pelas fraudes, mas admitiu que essa medida pode não ser suficiente. Caso necessário, a União complementará os valores com recursos públicos. "A única coisa que nós temos que ponderar é que o dinheiro que irá ressarcir é não só fruto da apreensão de bens, porque isso pode ser insuficiente. Se precisar a União complementar, nós iremos complementar, mas vamos complementar com dinheiro público. Então temos que ter a responsabilidade de só restituir para quem deve [ser restituído]", ressaltou.

Tebet enfatizou que a restituição será destinada apenas àqueles que comprovarem terem sido lesados, excluindo casos de esquecimento ou má-fé. A ministra também destacou a transparência do governo Lula na condução do caso, classificando os descontos indevidos como "crime de lesa-pátria", por atingirem pessoas vulneráveis. "Hoje nós temos um governo que, ao saber da matéria, disse: ‘Doa a quem doer, vamos caçar os ratos e vamos caçar as ratazanas’. Isso é crime de lesa-pátria. Nós estamos falando das pessoas mais vulneráveis. O presidente da República foi comunicado [sobre os descontos indevidos] e, a primeira coisa que ele pediu é para não só que se continuasse o processo, mas que se desse transparência a ele", declarou.

A descoberta do esquema fraudulento, que envolveu descontos de aproximadamente R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, foi resultado da Operação Sem Desconto, realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal.

Entidades suspeitas de fraude no INSS mudam de nome e voltam a faturar milhões nos governos Bolsonaro e Lula

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5/06/25

Sede do INSS | Foto: Reprodução
Duas entidades investigadas por participação no esquema bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) conseguiram burlar as sanções impostas anteriormente, mudaram de nome e voltaram a firmar contratos com o governo para aplicar descontos mensais nas aposentadorias de milhares de beneficiários. O retorno ao sistema ocorreu após a rescisão de acordos por irregularidades, ainda durante o governo Bolsonaro (PL), e se manteve no governo Lula (PT).

A reativação desses contratos possibilitou às entidades a retomada de arrecadações milionárias, mesmo após denúncias de irregularidades na filiação de segurados e milhares de ações judiciais. O escândalo, revelado pelo portal Metrópoles em dezembro de 2023, levou à abertura de investigações pela Polícia Federal e abasteceu os trabalhos da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 reportagens do site foram anexadas ao pedido que resultou na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril. A operação culminou nas exonerações do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Entre as entidades envolvidas estão a Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (ABRAPPS), antiga ANAPPS, e a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN), anteriormente chamada ABSP. Ambas haviam sido descredenciadas em 2019 e 2020, respectivamente, devido a suspeitas de fraudes nos descontos aplicados aos aposentados.

Segundo auditoria interna do INSS, a ABRAPPS havia sido impedida de assinar novo acordo por seu histórico de ações judiciais envolvendo descontos não autorizados. No entanto, em setembro de 2021, durante o governo Bolsonaro, a decisão foi revertida, e a entidade voltou a ter um convênio ativo. Em 2024, já contava com 5.550 filiados com descontos mensais diretos em suas aposentadorias. Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) revelam que a entidade, que não recebia repasses antes, alcançou quase R$ 2 milhões em 2023. No site Reclame Aqui, 74% das 196 reclamações contra a ABRAPPS foram sobre cobranças indevidas.

Já a AAPEN teve seu acordo rescindido em fevereiro de 2020, ainda como ABSP, após fiscalização. Mesmo com dois indeferimentos de novos contratos, a entidade conseguiu reverter a decisão em março de 2023, já sob a gestão do presidente Lula. Em 2024, registrava 491.925 aposentados com descontos ativos. A investigação da PF mostrou que, em uma amostra de 210 beneficiários descontados pela associação, 100% alegaram nunca ter autorizado a cobrança.

A AAPEN figura como a quarta entidade com maior número de solicitações de exclusão de desconto não autorizado e, segundo a auditoria do INSS, já arrecadou R$ 23,9 milhões — com projeções de atingir até R$ 178 milhões.

No centro das investigações está a ex-presidente da AAPEN, a advogada e servidora federal aposentada Cecília Mota. Segundo a PF, ela teria movimentado R$ 14 milhões, repassando valores de associações investigadas a empresas e familiares de dirigentes do INSS. Cecília também realizou 33 viagens, algumas internacionais, durante o auge das operações suspeitas. Segundo o Portal da Transparência, ela recebe uma pensão do INSS desde 1990, atualmente no valor de R$ 10,6 mil mensais.

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