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Presidente criticou atuação de Bolsonaro para tarifas da Casa Branca - Foto: Agência Brasil |
Em um discurso contundente proferido na última sexta-feira, 11 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confrontou diretamente as sanções econômicas impostas pelo governo de Donald Trump e as articulações políticas de seu antecessor, Jair Bolsonaro. Durante um evento em Linhares (ES), Lula assegurou que o Brasil não se curvará a ameaças e que possui o apoio popular para resistir a pressões externas.
O presidente rebateu a sobretaxa de 50% aplicada por Washington a todos os produtos brasileiros, afirmando que o país "não baixará a cabeça para ninguém". A medida de Trump, amplamente criticada por diversos setores da sociedade brasileira, foi justificada por um suposto déficit comercial dos EUA com o Brasil. Lula desmentiu essa alegação, afirmando que Trump está "mal informado" e apresentando dados que indicam um déficit de US$ 410 bilhões desfavorável ao Brasil na última década. "Eu que deveria taxar ele", declarou o presidente, que voltou a defender a aplicação de uma Lei de Reciprocidade caso as negociações diplomáticas não avancem.
No mesmo pronunciamento, Lula direcionou críticas severas a Jair Bolsonaro, que é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por liderar uma suposta trama golpista para anular as eleições de 2022. O presidente questionou a postura de seu antecessor, que, segundo ele, deveria "enfrentar o processo de cabeça erguida", e destacou que as denúncias partem de seu próprio círculo íntimo, incluindo generais e seu ex-ajudante de ordens.
Lula também mencionou a atuação da família Bolsonaro contra o processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Referindo-se a Bolsonaro como "o coisa", o presidente criticou a viagem do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro aos EUA para, segundo ele, pedir a Trump que intercedesse para "salvar" o pai da prisão.
Em suas redes sociais, Bolsonaro negou as acusações de golpe, elogiou a atitude de Trump e atribuiu as sanções a um suposto afastamento do Brasil de seus "compromissos com a liberdade". Analistas consultados pela Agência Brasil, no entanto, interpretam a ação do governo americano como uma forma de chantagem política, visando influenciar a regulação de big techs, a posição do Brasil no Brics e interferir diretamente nos processos judiciais e políticos do país.
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