Mesmo afastado por decisão judicial, vereador Siderlane Mendonça continuará recebendo salário em Maceió

5/05/25

/ Por Redação

Siderlane Mendonça | Foto: Reprodução

 

Mesmo fora do exercício do mandato por decisão judicial, o vereador Siderlane Mendonça (PL) continuará recebendo seu salário integralmente. A confirmação foi feita pela Câmara Municipal de Maceió, após a repercussão da investigação da Polícia Federal, que aponta o parlamentar como suspeito de envolvimento em um esquema de rachadinha e crimes eleitorais.

Segundo o Portal da Transparência da Câmara, o salário bruto de Siderlane é de R$ 18.991,68, com rendimento líquido de R$ 13.975,04 — os mesmos valores pagos a todos os demais vereadores da capital alagoana.

Além do vereador, três servidores comissionados da Casa também foram afastados por suposta participação no esquema, que consistiria no repasse de parte dos salários de assessores para o gabinete de Siderlane. A Justiça apontou o envolvimento de 11 pessoas, segundo o conteúdo da decisão.

O presidente da Câmara, Chico Filho (PL), afirmou que encaminhou um ofício à Justiça solicitando esclarecimentos sobre a medida judicial, principalmente sobre o número exato de servidores atingidos. “A decisão fala em 11 pessoas, mas identificamos apenas três servidores atingidos. Solicitamos à juíza informações para saber se será necessário exonerar e como devemos proceder com os afastamentos”, explicou em entrevista à TV Pajuçara.

Sem suspensão de salário e sem substituição
Com relação ao pagamento de Siderlane, Chico Filho ressaltou que a decisão judicial não determinou a suspensão da remuneração do vereador, razão pela qual o salário continuará sendo depositado normalmente.

Outro ponto que chamou atenção foi a tentativa do primeiro suplente do PL, Caio Bebeto, de assumir temporariamente a vaga deixada por Siderlane. O pedido, no entanto, foi negado com base no regimento interno da Câmara, que só permite substituição formal quando o afastamento do titular ultrapassa 120 dias.

Investigação em andamento
O caso envolvendo Siderlane Mendonça faz parte de uma investigação da Polícia Federal que apura o uso irregular de cargos comissionados para prática de rachadinha — a devolução ilegal de parte dos salários dos assessores. A Justiça autorizou o afastamento como forma de preservar a coleta de provas e o andamento das apurações.

Enquanto isso, o vereador segue fora das atividades parlamentares, mas mantendo o vínculo funcional e o salário, o que tem gerado críticas de setores da sociedade e especialistas em direito público.

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