Escândalo no INSS impulsiona debate na oposição sobre possível impeachment de Lula

5/06/25

/ Por Redação

Lula e Carlos Lupi | Foto: Ricardo Stuckert / PR
A revelação de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que lesaram aposentados e pensionistas em todo o país, acendeu um novo sinal de alerta no Palácio do Planalto. O caso, que culminou com a saída de Carlos Lupi (PDT) do Ministério da Previdência Social, reacendeu na oposição a discussão sobre um possível pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Estamos avaliando, com responsabilidade e seriedade, a apresentação de um pedido de impeachment em decorrência do escândalo do INSS. Os fatos revelados são de extrema gravidade e não podem, em hipótese alguma, ficar impunes”, declarou o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL). “O maior escândalo de corrupção da história desse país não passará em branco”, completou.

Apesar do tom inflamado, o pedido de impeachment ainda divide a oposição. Parte dos parlamentares conservadores considera mais estratégico deixar que Lula enfrente o desgaste político natural da crise, especialmente às vésperas da eleição de 2026. Nesse cenário, o presidente teria de disputar a reeleição ou ceder a vaga ao seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), também fragilizado pelo escândalo.

Enquanto o consenso sobre o impeachment não é alcançado, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL) adotou uma linha mais pragmática e já colheu assinaturas suficientes para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar o envolvimento de sindicatos no esquema de fraudes.

Entre os alvos da futura CPI está José Ferreira da Silva, conhecido como “Frei Chico”, irmão do presidente Lula e atual diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das 11 entidades sob suspeita de envolvimento nas irregularidades.

No governo, a avaliação é de que a crise do INSS representa um problema grave, mas não a ponto de comprometer o projeto de reeleição de Lula. O presidente prometeu que os valores indevidamente descontados dos beneficiários serão devolvidos.

A pressão política também levou à saída de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, da pasta da Previdência. Para substituí-lo, o PDT indicou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, que antes mesmo de assumir já é alvo de críticas. Ele foi coautor de uma emenda que flexibilizou as regras de controle dos descontos aplicados sobre aposentadorias e pensões – justamente o ponto central das fraudes que agora abalam o governo.

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