Lula durante coletiva de imprensa na China Foto: Ricardo Stuckert/PR |
“Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança para a gente discutir a questão digital, sobretudo o TikTok”, declarou o presidente. Durante a conversa, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, pediu a palavra para explicar preocupações específicas sobre os impactos das redes sociais, especialmente no que diz respeito à exposição de mulheres e crianças.
A resposta de Xi Jinping, segundo Lula, foi clara e objetiva: o Brasil tem autonomia para regulamentar ou até banir plataformas digitais de seu território. “Foi uma resposta óbvia”, disse o presidente. “Não é possível a gente continuar com as redes sociais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não ter a capacidade de fazer uma regulamentação.”
Contudo, o episódio ganhou contornos polêmicos após o vazamento da conversa para a imprensa, gerando desconforto no entorno presidencial. Reportagem do portal G1 indicou que Janja teria protagonizado um momento constrangedor ao mencionar, na frente do presidente chinês, que o TikTok possuíria um algoritmo favorável à direita.
Irritado com a repercussão, Lula criticou duramente o vazamento. “A primeira coisa que acho estranho é como é que essa pergunta chegou à imprensa. Porque estavam só os meus ministros lá, o Alcolumbre e o Elmar. Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa de um jantar muito confidencial e pessoal”, afirmou o petista.
O presidente fez questão de reforçar que foi ele quem iniciou o tema e que a fala de Janja foi pontual e legítima. “Foi uma coisa normal e ele [Xi] vai mandar uma pessoa. Isso que importa. A pergunta foi minha e eu não me senti incomodado. O fato de a minha mulher pedir a palavra é porque ela não é cidadã de segunda classe, entende mais de rede digital do que eu”, concluiu.
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