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Trans teve candidatura a presidente do PT negada Foto: Reprodução/Print Instagram Dani Nunes |
Segundo a Direção Nacional do PT, o indeferimento se deu “exclusivamente pelo descumprimento das normas estabelecidas no regulamento”. No entanto, Dani Nunes contestou a decisão, alegando que o regulamento não prevê a retirada de apoio já formalizado e recorreu oficialmente ao partido.
Em publicação nas redes sociais, Dani classificou o episódio como um “abalo profundo” em sua trajetória de militância.
“Meu chão ruiu. Não esperava que a atitude individual de uma pessoa pudesse comprometer toda uma trajetória de luta, minha e de tantos companheiros e companheiras”, escreveu.
Acusações de exclusão política
A corrente Raízes do PT, à qual Dani é filiada, divulgou nota na sexta-feira (23) acusando o partido de agir de forma “arbitrária e injusta”. Segundo o grupo, o gesto que retirou o apoio não tem respaldo no regulamento eleitoral do partido, e a decisão de barrar a candidatura fere os princípios de inclusão e diversidade da legenda.
“Qual é o medo de uma candidatura construída por pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, periféricas e antirracistas?”, questiona o texto.
A corrente ainda afirma que Dani Nunes representava uma candidatura historicamente simbólica, por ser a primeira mulher transexual a disputar o comando nacional do PT, e que sua exclusão representa “um retrocesso no debate interno sobre representatividade e pluralidade”.
Candidatura segue sub judice
O recurso apresentado por Dani Nunes ainda será analisado pela Comissão de Ética e pelo Diretório Nacional do partido, que tem até o início de junho para deliberar. Enquanto isso, seguem na disputa os nomes de Edinho Silva, Valter Pomar, Romênio Pereira e Rui Falcão.
A eleição para a presidência do PT está marcada para 6 de julho, e definirá a nova direção nacional da legenda para o ciclo eleitoral que culminará nas eleições municipais de 2026.
Nos bastidores, lideranças petistas admitem que o caso pode gerar desgaste interno e pressões públicas, especialmente em um momento em que o partido busca se reposicionar como referência na defesa de direitos das minorias e no combate à desigualdade.
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