Visita de Lula à Favela do Moinho foi articulada com ONG com supostos vínculos com o PCC

7/08/25

/ Por Redação
Lula em visita a Favela do Moinho | Foto: Reprodução

Uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Favela do Moinho, na região central de São Paulo, foi precedida por uma reunião de articulação entre o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e uma organização não governamental local com supostas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O encontro, que contou também com a presença de outros secretários, visava organizar a agenda presidencial na comunidade.

A controvérsia reside na natureza da entidade envolvida, a Associação Moinho. Investigações da Polícia Civil de São Paulo apontam que a sede da organização funciona em um imóvel que, no passado, serviu como um importante ponto de armazenamento e distribuição de drogas para o PCC. O local teria sido tomado pela facção e, posteriormente, ocupado pela associação.

Relatórios de inteligência e apurações jornalísticas indicam que, além da questão do imóvel, algumas lideranças da ONG teriam um histórico de envolvimento ou proximidade com membros da facção, levantando questionamentos sobre a legitimidade da representação comunitária e os riscos de uma interlocução do governo federal com o grupo.

A reunião entre o ministro Márcio Macêdo e os representantes da associação ocorreu como parte dos procedimentos padrão para preparar a logística e a segurança de um evento com o chefe de Estado. O objetivo da visita de Lula à Favela do Moinho era anunciar investimentos do programa "Minha Casa, Minha Vida" para a construção de moradias na região, que possui um longo histórico de incêndios e condições de habitação precárias.

Posição do Governo

Procurada para comentar o caso na época, a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que dialoga com diversas entidades da sociedade civil que representam as comunidades locais e que não havia conhecimento prévio sobre as investigações que conectam a associação ou seus membros ao crime organizado. O governo sustentou que o foco da agenda era estritamente social, visando atender a uma demanda histórica por moradia digna na Favela do Moinho.

O episódio gerou forte repercussão política, com membros da oposição criticando o que consideraram uma falha de inteligência e uma aproximação indevida do governo com organizações influenciadas por facções. 

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