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Lula | Foto: Reprodução |
A polêmica surgiu no fim de semana, logo após a cúpula do BRICS. Utilizando sua rede social, a Truth Social, Trump prometeu uma "tarifa extra de 10%" contra qualquer nação que se alinhasse ao que ele descreveu como "políticas antiamericanas do Brics", e fez questão de enfatizar: "Não haverá exceções".
Em seu pronunciamento, Lula classificou a atitude como imprópria e irresponsável, questionando o uso de plataformas digitais para intimidação global. "Eu não acho uma coisa muito responsável e séria um presidente da República, de um país do tamanho dos Estados Unidos, ficar ameaçando o mundo através da internet", afirmou o petista. "O mundo mudou. Não queremos um imperador", pontuou.
O presidente brasileiro fundamentou sua crítica nos pilares da autonomia e da reciprocidade. Ele destacou que as nações têm o direito de reagir a sobretaxas na mesma medida. "Nós somos países soberanos. Se ele achar que ele pode taxar, os países têm o direito de taxar também", declarou, reforçando que "cada país é dono do seu nariz" e que o respeito deve ser uma via de mão dupla nas relações internacionais.
O pano de fundo da discórdia foi a 17ª reunião de cúpula do BRICS, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. O encontro reuniu os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e dos novos membros (Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã). No domingo (6/7), o grupo divulgou uma declaração conjunta defendendo a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a criação dos Estados da Palestina e de Israel, pautas sensíveis à política externa americana.
A ameaça de Trump se alinha a uma política econômica cada vez mais protecionista. Ao longo deste ano, seu governo já havia proposto um sistema geral de tarifas de 10% para a América Latina, 20% para a Europa e 30% para a Ásia, com a China sendo o alvo mais impactado, enfrentando alíquotas adicionais superiores a 100% em certos produtos.
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