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Neto Campos |
"Não é verdade que [o IOF] seja um imposto para ricos", declarou Campos Neto em recentes análises sobre o tema. Ele argumenta que o impacto da medida se espalha por toda a economia. "Isso não resiste a uma conta simples do aumento no custo para uma operação de crédito pequena. Impacta toda a cadeia e encarece e distorce o processo produtivo", explicou.
A crítica de Campos Neto se choca com a narrativa do governo federal, que defende as alterações no IOF como parte de uma política de justiça fiscal, buscando maior arrecadação sobre setores com maior capacidade contributiva. A gestão do presidente Lula tem justificado a necessidade de novas fontes de receita para equilibrar as contas públicas.
No entanto, para o ex-chefe da autoridade monetária, o efeito prático da medida é a elevação do custo do dinheiro para todos. Qualquer operação de crédito, desde um pequeno empréstimo pessoal até o financiamento para capital de giro de pequenas empresas, se torna mais cara. Esse custo adicional, inevitavelmente, é repassado aos preços de produtos e serviços, afetando o poder de compra de toda a população, com maior peso sobre os mais pobres, que dependem mais de crédito para o consumo e para lidar com imprevistos.
O debate sobre o IOF ganhou novos contornos nas últimas semanas, com o Congresso Nacional derrubando o decreto do Executivo que previa o aumento. O governo, por sua vez, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão, gerando um impasse institucional que ainda aguarda uma solução definitiva.
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